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04. CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO QUATRO
cherry blossom

EU IMPLOREI A Lucien para não contar a Tamlin sobre o Bogge. Se Tamlin soubesse, eu nunca mais teria permissão para sair para a floresta.

Mas Lucien insistiu. Então agora estávamos jantando, e eu estava esperando o temido momento em que ele contaria a notícia.

— Fomos caçar. — disse Lucien.

— Eu ouvi. — Tamlin disse asperamente. — E você se divertiu? — Lucien e eu não dissemos nada.

— Mais ou menos. — disse Feyre nervosamente.

— Você pegou alguma coisa? — suas palavras saíram entrecortadas.

— Não. — disse Feyre. Lucien deu uma tossida aguda, como se a incentivasse a dizer mais. Olhei feio para o homem ruivo.

— Tam... — Lucien disse calmamente quando Feyre não continuou.

Tamlin olhou para cima, mais animal do que fae naqueles olhos verdes. Uma demanda por qualquer coisa que Lucien tivesse a dizer.

— O Bogge estava na floresta hoje. — ele disse. Eu estremeci quando o garfo na mão de Tamlin se dobrou sobre si mesmo.

— Você esbarrou nele?

— Ele passou, mas chegou perto. Deve ter passado pela fronteira. — Lucien assentiu.

O metal gemeu quando as garras de Tamlin perfuraram, destruindo o garfo. Ele se levantou com um movimento poderoso e brutal. Tentei não tremer com a fúria contida, com a forma como seus caninos pareciam se alongar.

— Onde na floresta? — ele perguntou.

Lucien contou a ele. Os olhos de Tamlin encontraram os meus, a raiva brilhando neles.

— Eu sabia que deixar você ir para aquela floresta era uma má ideia. — Tamlin retrucou para mim. — De agora em diante, se eu disser não para você, essa é minha resposta final. Não me pressione sobre isso.

Tamlin lançou um olhar na direção de Feyre antes de sair da sala e fechar a porta atrás de si com uma gentileza enervante.

Lucien soltou um suspiro, afastando sua comida meio comida e esfregando suas têmporas. Olhei para ele novamente.

— Para onde ele está indo? — Feyre perguntou, olhando para a porta.

— Para caçar o Bogge.

— Você disse que ele não poderia ser morto, que você não conseguiria enfrentá-lo.

— Tam pode. — eu disse calmamente.

— Então ele foi caçar o Bogge onde estávamos hoje mais cedo? — ela perguntou.

— Se ele fosse encontrar uma pista, seria ali. — Lucien deu de ombros.

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Tentei fugir para os estábulos sem que ninguém percebesse, mas me amaldiçoei quando vi que Tamlin e Lucien já estavam lá.

— Volte para a mansão, Mariangela. — ordenou Tamlin sem nem olhar para mim.

— Manter-me trancada não vai adiantar nada. — eu argumentei.

— Isso vai te manter segura, ratinha. — ele retrucou. Revirei os olhos para o apelido carinhoso que ele costumava me dar.

— Você acha que a mansão estará segura quando o ano acabar? — eu exigi, cruzando os braços. — Eu quero ajudar.

— Não. — ele olhou feio.

— Ela está certa. — Lucien interveio. — Eventualmente, não será seguro. Tam, não há muito tempo, e você está apenas de mau humor e carrancudo. Você nem está mais tentando fingir.

— Foi um erro desde o começo. Não consigo engolir isso, não depois do que meu pai fez com sua espécie, com suas terras. Não seguirei seus passos - não serei esse tipo de pessoa. Então, para trás.

— Recuar? Recuar enquanto você sela nossos destinos e arruína tudo? Fiquei com você por esperança, não para ver você tropeçar. Para alguém com um coração de pedra, o seu certamente está mole ultimamente. O Bogge estava em nossas terras - o Bogge, Tamlin! As barreiras entre as cortes desapareceram, e até mesmo nossas florestas estão cheias de sujeira como a puca. Você vai começar a viver lá fora, massacrando cada pedaço de verme que entra furtivamente?

— Cuidado com o que diz. — Tamlin disse. — Não me provoque, Lucien. Você acha que eu não sei o que está acontecendo nas minhas próprias terras? O que eu tenho a perder? O que já está perdido?

Houve um baque suave contra a porta. Todos nós nos viramos para ver Feyre na porta, nos observando cuidadosamente.

— Você vai dar uma volta? — ela perguntou.

— Estou indisponível hoje. — ele disse. Ele sacudiu o queixo para Tamlin. — Ele irá com você.

Tamlin lançou ao amigo um olhar de desdém que ele fez pouco esforço para esconder. Seu baldric habitual estava armado com muitas facas, e seus cabos de metal ornamentados brilharam quando ele se virou para Feyre, seus ombros tensos.

— Quando você quiser ir, é só dizer. — ele disse. As garras de sua mão livre deslizaram de volta para baixo de sua pele e eu soltei um suspiro de alívio.

— Talvez amanhã, humana. — Lucien disse, dando um tapinha em seu ombro. — Mariangela, venha. Eu a escoltarei de volta à mansão.

Eu resmunguei, mas não tive outra escolha senão segui-lo. Ele pegou meu pulso em sua mão e me arrastou junto.

— Isso não é justo. — eu murmurei.

— Você vai sobreviver. — ele disse, revirando os olhos. — Eu sei que você odeia ficar confinada, mas pelo menos você está segura.

— Às vezes eu o odeio. — admiti.

— Não diga isso. — Lucien respondeu bruscamente. — Ele é protetor porque você é a única família que lhe resta. Ele se culpa pela morte de sua mãe. Ele não deixará algo assim acontecer com você também.

— Quero experimentar alguma coisa. — reclamei, cruzando os braços.

— Não, você não quer isso. — ele retrucou. — Confie em mim, Mariangela.

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